quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A incompetência da FCT__Faz algum sentido que se coloquem peritos de oftalmologia a avaliar projectos de investigação na área da epidemiologia

Já tínhamos tido uma notória incompetência na avaliação das unidades de investigação da área da engenharia civil, quando foram escolhidos para avaliadores, peritos que reuniam expertises somente nas subáreas das estruturas, da geotecnia e da hidráulica, sendo por isso manifestamente incompetentes para conseguirem ler e avaliar publicações (como exigia o regulamento da avaliação) nas subáreas dos materiais de construção, da eficiência energética ou do planeamento e transportes e agora temos uma incompetência muito semelhante. Abaixo o nome dos avaliadores (e respectiva expertise) da Call de projectos em todos os dominios científicos, cujos resultados foram recentemente tornados públicos e comentados neste post e também neste outro.  


Ashraf Ashour.............................Structural engineering
Charalampos Baniotopoulos.......Structural engineering
Christian Cremona......................Structural engineering
Joan Ramon Casas Rius............Structural engineering
Michael H. Faber.........................Structural engineering
William Powrie............................Geotechnics
David Richards...........................Geotechnics
Giulia Viggiani.............................Geotechnics
Minna Karstunen.........................Geotechnics
Otto Anker Nielsen.....................Transportation
Abigail Bristow............................Transportation
Angel Aparicio Mourelo............. Transportation
Thomas Olofsson........................Construction
Leon Black..................................Building Materials
Simon Tait...................................Water engineering

Atento o elevado número de avaliadores de geotecnia e sabendo-se que so havia 4 candidaturas pertencendo a essa subárea é caso para perguntar, será que eles andaram a avaliar projectos de subáreas para as quais não possuiam competências científicas, exactamente como fizeram os avaliadores das unidades acima citados ? 

E porque é que o painél de avaliadores, atento o facto do numero de candidaturas na subárea dos materiais de construção ser 10 vezes superior ao número de candidaturas da subárea da geotecnia, não tinha muito mais peritos na subárea dos materiais de construção do que na subárea da geotecnia ?

E que dizer das quase 50 candidaturas na subárea dos materiais de construção, quando havia somente um avaliador com expertise nessa subárea (sendo que deveria ter havido 4 para respeitar a proporcionalidade do número de projectos) será que as mesmas foram avaliadas por peritos de geotecnia, de transportes e de estruturas ? 

Será que na FCT não conseguem entender que colocar peritos de estruturas a avaliar projectos de investigação de hidráulica ou peritos de hidráulica a avaliar projectos de geotecnia faz tanto sentido como colocar peritos de oftalmologia a avaliar projectos de investigação na área da epidemiologia ? 

PS - E será que o facto de ter havido um predominio de avaliadores de estruturas é que explica que metade das candidaturas selecionadas para financiamento tenham sido de estruturas ?