Na sequência do meu post de 10 de Novembro, link acima, hoje mesmo o jornal Público traz um artigo de uma famosa Professora da Universidade Nova de Lisboa (comentada anteriormente neste blog porque ela escreveu coisas que desagradaram a alguém que agora está acusado por corrupção) e onde ela faz denúncias sobre a existência de um orçamento paralelo da FCT, onde há concursos só para algumas áreas com elevadas taxas de aprovação de mais de 60%, enquanto que o concurso geral para todas as áreas, teve uma taxa de aprovação inferior a 6% e o mais grave é que o mesmo representa apenas 5% do financiamento da FCT, que prefere reservar um montante muitíssimo superior para projectos dedicados a certas áreas que entende como "prioritárias", como o famoso programa MIT-Portugal (que um Colega apelidou de turismo científico atento o valor gasto em viagens de avião e estadias) que não são fruto de uma discussão na comunidade científica mas são apenas áreas escolhidas por alguns iluminados (leia-se interessados) como é por exemplo o caso da inteligência artificial, que vai receber 120 milhões de euros e que me lembra outras apostas pouco inteligentes, como quando na Europa uns lunáticos, que padecem do complexo do Napoleão, acharam uma excelente ideia derreter mil milhões de euros, do dinheiro dos contribuintes, num faraónico Brain project que depois se revelou um grande fracasso.
Em 11 de Novembro um Colega investigador também se queixou da maquilhagem das taxas de sucesso levada a cabo pela FCT, mas isso não pode constituir admiração, porque foi esta FCT que promoveu uma pseudo avaliação de unidades, que um conhecido catedrático jubilado caracterizou como sendo um "concurso de beleza" onde tentaram avaliar unidades compostas por dezenas de investigadores com base em apenas 5 publicações (que muitos avaliadores nem sequer conseguiriam compreender, mesmo que tentassem, porque não eram da sua área), onde as unidades com mais de 100 investigadores até podiam nomear o nome dos avaliadores, onde até foram convidados avaliadores e Chairs que se tivessem alguma vergonha na cara deviam ter-se declarado impedidos por manifesto conflito de interesses (vide denúncia anterior feita em Agosto de 2019) e onde muito conveniemente desapareceram as métricas, que podiam dar um minimo de sustentação às avaliações sendo que até o próprio Carlos Fiolhais, que desde a primeira hora foi um apoiante do Ministro Heitor (o mesmo Ministro que recorde-se afirmou publicamente que os cientistas se queixam pouco) e porém não foi capaz de defender a avaliação já que a coisa mais bondosa que escreveu na altura foi que "os painéis revelaram padrões de exigência bastante díspares....Assim, uns ficaram filhos e outros enteados" (leia-se, foi uma avaliação pouco rigorosa porque violadora do principio da igualdade) e como resultado agora temos áreas com o selo "Excelente" que na verdade são muito pouco Excelentes, quando comparadas com o que se faz lá fora https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/09/unidades-de-investigacaoum-excelente-em.html