quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Duas propostas para reduzir a desigualdade científica no Ensino Superior

https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/11/stanford-universityupdated-ranking-of_7.html

Ainda na sequência do post acima lista-se abaixo a distribuição dos SHCS pelas diferentes instituições do Ensino Superior. 

ULisboa.............118  Scopus Highly Cited Scientists
UPorto................86      
UCoimbra...........35    
UAveiro...............33
UNova.................33     
UMinho...............24     
UAlgarve.............11
FGulbenkian.........5
UÉvora.................5
UBI.......................5
Polit Bragança......4
UTAD....................4
F.Champalimaud..4
Polit Porto............3
UCatólica.............2
LNEG...................2
INL.......................2
Pol Setúbal..........1
Pol Leiria..............1
ULusofona...........1
ISCTE..................1   

Não parece nada benéfico que 95% dos SHCS trabalhem em instituições fora do Interior do país e bem assim isso também suceda  com a esmagadora maioria do financiamento da investigação (96% das unidades de investigação que recebem mais de 1.5 milhões de euros da FCT, estão localizadas fora do Interior do país, e 50% delas estão em apenas duas universidades de Lisboa, até porque convém lembrar aos esquecidos que no Interior deste país, no chamado Portugal profundo, não vivem somente 5% dos Portugueses, pelo que faria todo o sentido, que no cumprimento da obrigação Constitucional de ordenamento harmonioso do território nacional (alínea b do nº 2 do Artº 66 da CRP),  com vista a evitar desigualdades geradoras de injustiças sócio-economicas, o Governo arranjasse algum programa para incentivar investigadores que possuem uma produção científica invulgar a irem trabalhar para instituições de Ensino Superior Público localizadas no chamado Portugal profundo.  

Volto por isso novamente a recordar uma proposta que fiz há alguns anos atrás, que passaria pela abertura de um concurso internacional para 50 vagas de lugares de investigador-Coordenador para as instituições de Ensino Superior do Interior, sendo que os selecionados beneficiariam das mesmas regalias que são oferecidas aos médicos quando aceitam ir para hospitais do Interior do país (que passam por um suplemento remuneratório de mil euros mensais) e que o mesmo fosse acompanhado de uma verba para execução de um projecto de investigação ao longo de seis anos, no valor de 300.000 euros.

Uma outra hipótese, esta muito mais económica, para aumentar a competitividade científica das Instituições do Ensino Superior localizadas no Portugal profundo, passaria por conceder o referido suplemento remuneratório de 1000 euros/mês, aos docentes e investigadores que já trabalhem nas Universidades e Politécnicos do Portugal profundo, e que consigam ganhar uma daquelas bolsas milionárias do European Research Council ou que sejam coordenadores de um projecto de investigação internacional no qual a verba a trazer para Portugal seja igual ou superior a 2 milhões de euros. O mesmo valendo para os docentes e investigadores de Universidades e Politécnicos do Litoral, que nas mesmas condições, decidissem ir executar os seus projectos internacionais (ainda não assinados) em Instituições localizadas no Interior. 

PS - É de longe preferível gastar alguns milhões de euros a levar alguns cientistas de topo para as Instituições de Ensino Superior no Interior deste país (ou dar um prémio remuneratório a alguns dos que já lá estão para assim garantir que lá continuam), do que gastar uma quantia muito superior na regionalização com que sonha alguma classe politica parasita, que passa pela criação de vários Parlamentos Regionais, como aqueles que existem nos Açores e na Madeira  https://www.esquerda.net/artigo/deputados-da-madeira-recebem-subvencoes-mais-altas-do-pais/35131 pois a última coisa que este país necessita é de gastar ainda mais dinheiro a sustentar politicos parasitas.