sábado, 27 de junho de 2020

Juiz Carlos Alexandre caga nas teses do catedrático Germano Marques da Silva



Acaba de saber-se que as tais esdrúxulas teses saídas da genial cabecinha do catedrático de Direito Penal Germano Marques da Silva, já antes aqui comentadas no post acima, não convenceram o juiz Carlos Alexandre que acaba de decidir que o ex-Ministro Azeredo Lopes irá ser julgado por 4 crimes: "denegação de justiça, denegação de justiça e prevaricação em co-autoria, favorecimento pessoal e abuso de poderes". É caso para dizer que se há dias felizes este é seguramente um deles pois que afinal ainda há motivos para se poder dar um voto de confiança, por mínimo que seja, à justiça Portuguesa. 

Gostei particularmente no artigo do Público da parte onde pode ler:
"Luís Vieira volta a casa de Azeredo Lopes, acompanhado pelo chefe de gabinete do ministro. Ter-lhe-á pedido que arranjasse alguém que elaborasse um parecer jurídico favorável às pretensões da PJM. A escolha acabaria por recair no ex-ministro Rui Pereira.

E será que o azar de termos de gramar um Direito do tipo Romano-Germânico, que explica muita da impunidade da corrupção que nos empobrece e que pasme-se até permite processos que podem durar 50 anos, está ligado ao facto do mesmo (ao contrário da Common-Law) permitir a tal exuberante e muito rendosa indústria dos pareceres favoráveis, que até são capazes de transformar a doação de milhões em acto banal:
"Com um parecer catedrático, voilà!  Transformar pelo processo alquímico do direito um mistério inexplicável em algo perfeitamente corriqueiro. "Liberalidade", foi a palavra mágica encontrada"  https://portadaloja.blogspot.com/2014/12/a-questao-coimbra.html