domingo, 13 de outubro de 2019

Off-shores da vergonha (onde Portugal se destaca) e uma proposta para combater a infame evasão fiscal dos super-ricos



Recentemente o Professor da Universidade de Berkeley, Gabriel Zucman, que já tinha andado a analisar quais são os países que tem uma elevada percentagem da sua riqueza em off-shores http://gabriel-zucman.eu/hidden-wealth/ (vide figura acima, onde Portugal consegue figurar no vergonhoso Top 10, ensanduichado entre Taiwan e a Turquia) foi co-autor de um recente artigo intitulado “Tax Evasion and Inequality” onde se diz que o grupo dos super ricos são especialistas na fuga ao fisco:  “tax evasion is highly concentrated among the rich...we find that the 0.01 percent richest households evade about 25 percent of their taxes” 

Neste contexto e se como constataram alguns investigadores Alemães a desigualdade está na origem do terrorismo https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/2019-paper-by-german-researchersincome.html então isso significa que este problema acabará inevitavelmente por ser resolvido à bomba, sejam elas bombas convencionais ou bombas do tipo BOSTA (Bolsonaro, Orban, Salvini, Trump, Abascal

Uma solução porém mais eficaz do que as bombas BOSTA (arremessadas pelos descontentes e pelos excluídos da globalização contra o status quo) passaria por admitir que sendo impossível taxar os super-ricos (ou as gigantes tecnológicas como a Google ou a Apple que até se vangloriam da sua fuga ao fisco) mais não resta do que "cativar" uma pequena percentagem de toda a riqueza mundial sendo depois a mesma distribuída de forma uniforme como RBI, por todos os habitantes do Planeta. Uma cativação de apenas 11% do PIB mundial permitiria distribuir, 1900 dólares/ano (5 dólares/dia), o que embora seja pouco para os habitantes de países ricos seria no entanto muito para aqueles que vivem em países muito pobres, grupo esse que representa quase metade dos habitantes do Planeta https://phys.org/news/2018-10-world-day-bank.html  os tais que muito mais rapidamente e facilmente podem ser cativados pelo terrorismo (Schmidt & Cohen dixit).