quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Directores do IMM perguntam se Portugal ambiciona ter um novo Prémio Nobel?

https://www.publico.pt/2019/10/19/ciencia/opiniao/portugal-ambiciona-novo-premio-nobel-1890611

Vale a pena ler o recente artigo acessível no link supra, que deve ser visto no contexto das barracadas pouco científicas, comentadas em emails anteriores, como por exemplo naquele email, que abaixo se reproduz, de título "Os painéis campeões das anomalias na avaliação das unidades de investigação"  que obviamente só podiam ter acontecido em Portugal e as quais permitem perceber que tão cedo este país não receberá nenhum Nobel da ciência. 

Ainda sobre prémios Nobel da ciência revisite-se também o pouco simpático post de há 9 dias atrás https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/o-jornalismo-de-investigacao-do.html


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De: F. Pacheco Torgal 
Date: 1/07/2019 à(s) 07:05
Subject: Os painéis campeões das anomalias na avaliação das unidades de investigação

Se além da palavra "journals" (vide email abaixo) a pesquisa incluir também as palavras "impact factor" (a besta negra das métricas) então constata-se que as mesmas foram referidas mais de 500 vezes nos relatórios de avaliação das unidades. Quinhentas vezes não é um pormenor ou um descuido é antes sim uma utilização sistemática.

No link abaixo e também em anexo pode encontrar-se o número de anomalias descriminado pelas diferentes áreas científica de acordo com os diferentes painéis: https://www.docdroid.net/ry1IZWw/intensidade-de-irregularidades.pdf isto parece ser por isso a prova definitiva de que todos os painéis, mais uns do que outros, mostraram um desrespeito ostensivo pelo regulamento de avaliação. O que que mostra também que a FCT foi incapaz de arranjar avaliadores capazes de avaliar sem qualquer recurso a qualquer métricas, talvez porque isso só seja possível de ocorrer no paraíso da avaliação em que os avaliadores sejam todos anjos, arcanjos, querubins e serafins.

Note-se que o próprio regulamento deixou muito claro ao avaliadores que as unidades foram expressamente avisadas para não incluir métricas (extracto abaixo):
“Applicants were instructed not to include bibliometric information in the submitted applications, not only because such information could not be used for evaluation without validation (including complex methodological validations), but also because it could defocus the required attention on objectives of quality and scientific and social impact to numbers of publications, citations and impact factors, while also running the risk of accentuating negative aspects that have been identified with undesirable scientific practice, unethical behavior (or even fraud)…”

o que significa que se o fizeram podem agora ser acusadas, por unidades insatisfeitas com a classificação que receberam, de terem sido prejudicadas pelo facto de unidades concorrentes terem recorrido a informação proibida e logo de nulo valor e de os avaliadores terem valorizado essa informação em clara violação do regulamento.