Sobre
aquilo que foi escrito aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/09/reitora-da-catolica-ataca-presidente-da.html
é relevante tentar perceber como compara a unidade de biotecnologia da
UCatólica, CBQF, com outras de biotecnologia de outras universidades. Uma pesquisa
na base Scopus desde 2010, revela que por exemplo a UMinho produziu 10 vezes
mais publicações na área da biotecnologia do que a unidade da Universidade Católica e mesmo quando a comparação é feita com unidades de outras universidades públicas a da UCatólica não lhes consegue levar a melhor.
Mais
interessante e mais significativos porém são os resultados do tal estudo
bibliométrico levado a cabo pelo Elsevier na última avaliação de unidades, que
avaliou diversos parâmetros e onde se pode perceber que no rácio “citações/artigo” a
unidade de biotecnologia da Universidade Católica (CBQF) aparecia somente em 5º lugar num grupo de sete unidades, e
pior ficou quando se analisou o rácio citações/investigador ou o rácio publicações 1% mais citadas/investigador
sendo que em ambos os indicadores aquela unidade desceu para o 6º e penúltimo lugar da sua área, algo muito difícil de entender num laboratório Associado.
Ou
seja depois dos contribuintes Portugueses terem injectado uma elevada
quantidade de dinheiro nesta unidade de investigação, por conta do seu estatuto
de Laboratório Associado que lhe foi atribuído em 3 de Dezembro de 2004, durante
o Governo do Santana Lopes, e isto quando a unidade CBQF, produzia anualmente
apenas entre 20 a 40 artigos indexados na base Scopus. Só aqui https://www.fct.pt/apoios/unidades/las#
recebeu mais de 1 milhão de euros, 25.000 euros/investigador (estranhamente a FCT não
disponibiliza valores para anos mais recentes) pelo que o resultado do tal estudo
bibliométrico, em termos de impacto científico, quando cruzado com o valor do
investimento público é absolutamente decepcionante.
É
por isso no mínimo bizarro que na presente avaliação da FCT (que o catedrático
jubilado José Ferreira Gomes apelidou de concurso de beleza por não ter sido complementada
com indicadores bibliométricos) esta unidade tenha sido classificada com
Excelente, a que não será alheio o famoso e muito oportuno (leia-se milagroso) projecto de 50 milhões
com a tal empresa Americana referido no post anterior e onde o AICEP entrou com
um volumoso investimento.
P.S
– Abaixo link para o artigo do catedrático jubilado Ferreira Gomes acima
mencionado:
“...os resultados foram tão extraordinariamente positivos
que se torna inevitável constatar que algo não bate certo”.