O
primeiro cumpriu aquilo para o qual foi convidado em termos tais que honram a
Universidade de Lisboa e a cátedra que os Portugueses lhe pagam. Já o outro
catedrático achou que era óptima ideia tentar ridicularizar a jovem Greta Thunberg
dizendo que ela se limita a gritar evidências, mas que quando perguntada não
oferece soluções para resolver o problema das alterações climáticas. E
isso foi escrito pela portentosa sumidade que é o catedrático João Duque, com
as suas 9 publicações indexadas na base Scopus, com um média de 4 citações por
publicação e um índice h platina inferior à unidade, que compara miserávelmente
com o de outros catedráticos da sua área, como por exemplo o Pedro Santa-Clara da Nova
SBE, cujo rácio é só 100 vezes superior ao do catedrático João Duque http://dererummundi.blogspot.com/2018/10/indice-h-de-platina.html Eu
sinto-me por isso defraudado enquanto cidadão por saber que os meus impostos
servem para pagar a este catedrático estéril, que foi incapaz até hoje de
deixar uma marca na sua área científica, reconhecida pelos seus pares a nível
mundial e que ainda por cima se permita debitar publicamente estas indignas enormidades.
Como é
evidente esta "espécie" de catedrático não se conta entre os cientistas que
acham muito importante a acção da jovem Thunberg (e de outros jovens e
isso apesar de eles também não terem nenhum solução para o problema das
alterações climáticas), pelo simples facto de terem conseguido fazer aquilo que
os cientistas não foram capazes até agora, isto é, de conseguir colocar o
problema na ordem do dia, como reconheceu por exemplo aquele cientista que escreveu
que: “Speaking as a climate change scientist who has been
working on this issue for 20 years and saying the same thing for 20 years, she
is getting people to listen, which we have failed to do,” https://www.nbcnews.com/mach/science/climate-scientists-say-greta-thunberg-s-efforts-are-building-real-ncna1059321
Pela
simples razão que aquilo que por norma ocupa a agenda mediática são
trivialidades estupidificantes como por exemplo as eternas discussões sobre a
bola, que neste país merecem dezenas de milhares de horas, tema que
curiosamente é muito do agrado do catedrático João Duque. É preciso
não esquecer porém que se trata do mesmo catedrático que há um ano atrás
escreveu umas alarvidades no Expresso, mostrando-se indignado pelo facto de
Portugal ter sido assaltado por uma febre ambientalista e dizendo (da forma
como só um inteligente catedrático é capaz) que é preciso optar entre ter
dinheiro no bolso ou ter bom ambiente.
Isto já para nem falar da ironia negra que é ouvir o catedrático João Duque criticar a jovem Thunberg por não ter conhecimentos profundos sobre as quais as soluções para resolver as alterações climáticas, quando foi o mesmo João Duque, que achou que o conhecido Dono Disto Tudo era quase um génio da banca, merecedor por isso de um doutoramento "honoris causa", tendo na qualidade de padrinho do referido produzido as seguintes pérolas :
"O BES na forma como hoje se encontra e
pela forma como tem evoluído é um exemplo de liderança e de visão de quem
conhece o negócio, tem as relações nacionais e internacionais certas, que delas
faz a gestão sensata, e zela pelo ativo mais preciso da atividade bancária: a
confiança. ..Sem dúvida que este será o caso do Dr. Ricardo Salgado a quem
se reconhecem as já citadas qualidades de liderança em tranquilidade, de visão,
de antecipação, de decisão em serenidade, de conhecimento técnico e capacidade
de gestão..O BES, foi o único dos grandes bancos portugueses, que não
necessitou do apoio estatal para poder aumentar o seu capital em resultado da
revisão recente dos rácios de solvabilidade bancária, o que mais uma vez denota
a elevada confiança que os acionistas sentem nessa liderança. Magnífico Reitor,
Pelo que expus...penso justificar-se a atribuição do doutoramento honoris causa
pela Universidade Técnica de Lisboa ao Dr. Ricardo Espírito Santo Silva
Salgado.”
P.S1 -
Como não podia deixar de ser, o catedrático Duque não se esqueceu, no seus
deploráveis comentários, produzidos ontem no Expresso de referir acusadoramente (como se
ele, atento o risível impacto da sua obra científica tivesse moral para acusar
quem quer que fosse) que a jovem Thunberg deixou de ir "à escola" e
porém a verdade nua e
crua é que se o Dr. Ricardo Salgado não tivesse ido à escola um único dia
da sua vida isso teria sido a melhor coisa que poderia ter acontecido a
Portugal nas últimas décadas.
P.S 2 - O link abaixo diz respeito a um ficheiro com quase 50 MB, contendo valores de índice-h
platina, relativos à base Scopus de 100.000 cientistas https://drive.google.com/file/d/1soTXCVXKckmULnSo2pEbliwYvcxnPb0_/view