O Catedrático Duque, cuja deplorável opinião sobre a jovem Thunberg, publicada no Expresso da semana passada, comentei no post acessível no link acima, veio ontem na secção de economia do mesmo semanário exibir as suas portentosas "medalhas" em defesa do ambiente, em artigo cujo título contém a palavra melancia.
Escreveu ele em tom solene que "Orgulho-me de estar associado ao Business Council for Sustainable Development (BCSD) Portugal...que agrega e representa... empresas de referência em Portugal...Elas preocupam-se e cuidam mais do ambiente...".
Escreveu ele em tom solene que "Orgulho-me de estar associado ao Business Council for Sustainable Development (BCSD) Portugal...que agrega e representa... empresas de referência em Portugal...Elas preocupam-se e cuidam mais do ambiente...".
Infelizmente uma pessoa dá uma olhada nas referidas empresas e encontra "belos" exemplos como a EDP cuja central termoeléctrica de Sines é só o maior poluidor do nosso país com um nível de emissões de carbono de 7 milhões de toneladas anuais ou a CIMPOR com quase 2 milhões de toneladas a cada ano, que pelos vistos é coisa pouca para o catedrático Duque.
Ou seja, as empresas mais poluidoras de Portugal contam-se entre as tais empresas que cuidam mais do ambiente (!!!), o que parece significar que se como confessou o referido catedrático elas não se preocupassem e cuidassem tanto do ambiente como o fazem, então este país viveria por certo em Apocalipse ambiental.
Bem haja por isso ao catedrático Duque, por nos lembrar a imensa sorte que temos por vivermos num país onde as empresas se preocupam tanto com o ambiente e para o qual contam com a ajuda de especialistas como o referido Catedrático.
Muito mais honesto porém é um tal Thomas Rowland-Rees, doutorado em física pela Universidade de Oxford e Analista Chefe da Bloomberg, que também aparece na mesma secção de economia do Expresso, dizendo coisas graves como, por favor esqueçam lá isso do Acordo de Paris e de querer limitar o aumento da temperatura a 1.5ºC pois isso é um objectivo praticamente impossível, sendo desejável que a meta seja antes relativamente a um aumento de 2ºC. Trata-se de uma versão actualizada do que eu próprio já tinha escrito há duas semanas atrás, mais precisamente em 2 de Dezembro aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/e-crucial-que-de-uma-vez-por-todas-nos.html
P.S - Recorde-se que um aumento da temperatura média em apenas 2º C (que há 22 anos atrás o protocolo de Quioto considerava um cenário catastrófico é agora uma realidade inescapável) pode significar um aumento do nível do mar de quase 20 metros https://www.sciencealert.com/if-warming-exceeds-2-c-antarctica-s-ice-sheets-could-raise-seas-20-metres