quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Portugal, um pobre país estranhamente fértil em casos ricamente bizarros


Ainda bem que neste país há jornalistas que fazem trabalho de jornalismo ! Tenha-se presente a propósito do artigo abaixo que o Banco Português de Negócios-BPN é aquele banco que foi nacionalizado no ano de 2008 e onde os contribuintes já enfiaram 5.000.000.000 (cinco mil milhões) de euros e passados que estão quase 12 anos desde essa maldita data ainda não há ninguém preso e ainda há casos como este ! https://www.publico.pt/2020/01/30/sociedade/noticia/casa-juiz-habita-licenca-utilizacao-arrestada-caso-bpn-1902171

"o juiz declara que tem duas casas, uma na zona de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, e outra em Carnide, Lisboa. E dá a morada desta última como a sua residência e não a de Queijas...O PÚBLICO não conseguiu aceder a cópias do contrato, nem junto do juiz, nem do proprietário. Na segunda-feira, Carlos Marques, o proprietário, prontificou-se a esclarecer tudo no dia seguinte, inclusive o facto de a moradia ainda não ter a licença de habitação. Porém, no dia seguinte disse que tinha falado com o seu advogado e que, afinal, não ia prestar declarações nem mostrar nada. “Apenas posso dizer que a casa está legal”, disse. Questionado sobre se podia dizer qual o valor da renda que recebia do juiz, o proprietário afirmou: “Não, não vou dizer.”..."Pedro Mourão comprou uma vivenda, na zona de Sintra, no dia 22 de Maio de 2017, e não a declarou ao Tribunal Constitucional...Confrontado pelo PÚBLICO na segunda-feira, o juiz desembargador disse que foi por “manifesto lapso” que “se esqueceu” de acrescentar essa casa à sua declaração de rendimentos. Acresce que, os titulares de cargos públicos também têm de discriminar as contas bancárias, eventuais poupanças e heranças. O juiz comprou a casa, que custou 170 mil euros, recorrendo a um empréstimo de cem mil euros da CGD. Questionado sobre o facto de não haver registo dos 70 mil euros nas declarações de rendimentos, disse que tinham sido herança pela morte dos pais. O PÚBLICO apurou que Pedro Mourão foi no dia seguinte, terça-feira, ao TC entregar uma correcção à sua declaração de 2017. Na correcção, consultada pelo PÚBLICO, o magistrado diz que se trata de um aditamento e declara a compra, assim como o empréstimo, e justifica os 70 mil euros como “resultado de poupanças de cerca de 40 anos de trabalho”.

E ainda sobre casos bizarros atente-se na afirmação de um certo Conselheiro de Estado ao mesmo jornal Público: "Choca-me que o fisco português, ao contrário do fisco espanhol, não tenha usado informações disponíveis publicamente para obrigar jogadores, treinadores e agentes do futebol a responder perante os seus crimes fiscais."

Os culpados por tudo aquilo acima descrito também estão nalgumas famosas Escolas de Direito deste país, com as suas maravilhosas teorias da impunidade total e dos processos de duração interminável, sendo certo que alguns dos desgraçados génios do Direito, que também ajudaram a parir as bases do edifício jurídico que nos mantém acorrentados à miséria já estão no cemitério e já não puderam assistir ao vergonhoso resultado do seu lamentável trabalho.