O MCTES respondeu hoje via Expresso aqueles como o Reitor da Universidade de Lisboa ...A reposta do MCTES ensina para quem ainda não sabe a lição que nas grandes universidades universidades europeias e norte-americanas a aposta não é na formação inicial mas nas pós-graduações e nos estudantes internacionais...Não nutro grandes simpatias pela politica do actual MCTES mas se há alguém no ensino superior que deveria ser reformado compulsivamente não é ele, mas antes o Reitor da Universidade de Lisboa...a universidade de Lisboa é sem dúvida a mais competitiva num maior número de áreas no panorama nacional. Porém a verdade é que há várias áreas naquela universidade (Law, Sociology, Finance, Public Adm., Inform Sci, Dentistry, Aerospace Eng) que não conseguem sequer aparecer nas 500 mais competitivas do referido ranking, sendo que nas referidas áreas existem instituições espanholas de menor dimensão e menos conhecidas (como as univ de Murcia, Granada, Navarra ou o Polit. Madrid, Polit Valencia) que conseguem aquilo que não consegue a Universidade de Lisboa. Mas aquilo de que é realmente culpado o Reitor da Universidade de Lisboa é a desfaçatez de dizer que a sua instituição só quer contratar os melhores, algo que é desmentido na prática por aquela instituição ter Faculdades com percentagens de endogamia superiores a 90%.
domingo, 12 de janeiro de 2020
4700 alunos Portugueses inscreveram-se em Universidades do Reino Unido em 2017/2018
O semanário Expresso continha ontem uma extensa peça jornalística sobre os muitos alunos Portugueses que rumaram à Inglaterra que evidenciam a baixa competitividade do ensino superior Português comentada aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/11/carlos-fiolhaisa-fraca-qualidade-da.html
Neste contexto é pertinente recordar as queixas do Reitor da Universidade de Lisboa sobre os filhinhos e as filhinhas dos CEOs do PSI20 e bem assim a resposta na altura do MCTES ao mesmo Reitor, que em 2018 coloquei em post para memória futura. Reproduzo abaixo parte do meu texto de então:
O
país ou pelo menos aquela parte onde me incluo ainda continua siderada perante
o que terá levado o Reitor da Universidade de Lisboa a
achar que os filhos dos CEOs do PSI20 constituem um grupo especial cujo destino
ou percurso escolar interessa à nação. Não consta porém que aquele licenciado
pela universidade do Porto, José Neves de seu nome, cuja empresa ultrapassou
recentemente uma avaliação multimilionária seja filho do CEO de nenhuma empresa
do PSI20, tão pouco o é aquele licenciado pela universidade de Lisboa de
seu nome Tiago Neves cuja empresa conseguiu proeza idêntica e também não o
são milhares de filhos de gente desconhecida que já fizeram por este país
aquilo que os referidos filhos dos CEOs do PSI20 não fizeram nem nunca farão. Uma
coisa é certa nenhum filho dos CEOs do PSI20 (ou até os próprios) está
sepultado no Panteão Nacional e é garantido que pelo menos nos próximos 50 anos
nenhum lá será sepultado....Onde é que estudaram os filhos dos referidos CEOs é
coisa que pelo menos a mim não me interessa minimamente. Eu dos filhos dos CEOs
do PSI20 espero apenas que não sigam o hábito de ir pedir uma centenas de
milhões à banca e passados poucos anos venham pedir perdão da quase totalidade
da divida, confiando que sejam depois os filhos de gente pouco conhecida a
ajudarem essa mesma banca a sair do buraco. Aliás se alguma universidade do
Interior deste país pode como vantagem comparativa orgulhosamente ostentar
slogan promocional é mesmo esse "Aqui
não estuda nem algum dia estudou filho dos CEOs do PSI20".