O jornal Público contém hoje uma interessante entrevista ao Alemão Gerald Babel-Sutter (pgs 16-17), que conta ter ouvido autarcas na Áustria a dizer que já estavam fartos de ouvir falar de “smart city” e “smart mobility” (os de cá ainda estão na fase do encantamento acritico), pela simples razão que a realidade é muito mais complexa do que aquilo que apregoam alguns vendedores de soluções "Urban smartness" que muitas vezes funcionam mal ou nem sequer funcionam em contexto real. https://www.publico.pt/2020/01/19/local/entrevista/governacao-cidades-falta-humildade-assumir-erros-mudar-1900746
Neste contexto revisite-se o post sobre a famosa e futura cidade sustentável japonesa, https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/01/a-cegueira-e-egoismo-japonesprimeira.html onde parece que se esqueceram de uma coisa fundamental, que as cidades são supostamente habitadas por criaturas com comportamentos por vezes muito pouco previsiveis, percebe-se assim melhor o conteúdo do artigo publicado na revista científica Technological Forecasting and Social Change de título "Excluding citizens from the European smart city" ou o capítulo "Smart cities, algorithmic technocracy and new urban technocrats".
Isto já para nem falar do facto de um conhecido segmento do grupo das referidas criaturas estar ao serviço do mundo do crime, sendo certo que se os deixarem aproveitarão todas as oportunidades que lhe forem propiciadas pela nova tecnologia urbana para facturar como se refere aqui:
"Smart city technologies are promoted as an effective way to counter and manage uncertainty and urban risks through the effective and efficient delivery of services, yet paradoxically they create new vulnerabilities and threats, including making city infrastructure and services insecure, brittle, and open to extended forms of criminal activity. This paradox has largely been ignored or underestimated by commercial and governmental interests or tackled through a technically-mediated mitigation approach"