Um grupo de inteligentes médicos cheios de ideias (idiotas) puseram-se ao caminho para resolver a violência nos hospitais e já enviaram à tutela uma lista de exigências. Uma delas dita que o agressor ficará impedido de aceder ao RSI nos 24 meses seguintes ao ataque, exigência essa que desde logo me suscita as seguintes dúvidas:
-Se a pena têm efeitos imediatamente a seguir à alegada agressão (e dispensa por isso a tradicional morosidade dos tribunais) quem a profere, será o próprio médico?
-Porquê 24 meses e não 4 ou 55 ? Será que o número 24 foi decido por votação interna no referido sindicato, terá sido sorteado aleatoriamente ou resulta de um apurado estudo conduzido por algum médico com queda para o direito penal ?
-E aqueles agressores que não vivem do RSI, também devem ficar com o seu vencimento congelado também durante 24 meses ?
Como é que a classe médica quer ser respeitada com propostas deste calibre, que revelam uma ignorância confrangedora relativamente aquilo que está escrito na Constituição da República Portuguesa ? Ou será que a Ordem dos Médicos pretende uma revisão da Constituição só para criar um regime de excepção para os senhores médicos ?
Sensibilizado que fiquei pela gravidade do assunto e usando da mesma fantasiosa liberalidade de fazer exigências usada pelos referidos sindicalistas, também entretanto me lembrei de algumas interessantes:
-O agressor (se viver do RSI) ficará impedido de se aproximar de um centro de saúde ou hospital nos 500 dias imediatamente a seguir à agressão. Os valores reduzem-se para um décimo caso se trate de um agressor que não viva do RSI.
-Em substituição da pena acima o agressor pode requerer que em alternativa lhe sejam aplicadas 50 chibatadas no lombo no caso de viver do RSI ou 5 réguadas se não viver do RSI
- O agressor ficará obrigado nos 100 dias seguintes à agressão a ter de andar de joelhos sempre que volte a entrar num centro de saúde ou a um hospital, isto obviamente no caso de se tratar de um parasita do RSI, já nos restantes casos de agressores não parasitas, a pena passará por oferecer dez cabazes de Natal aos médicos do seu centro de saúde.
Tenho para mim que talvez haja um aspecto positivo na violência hospitalar, o de contribuir para afastar da profissão aqueles alunos do secundário que acham que a medicina é apenas uma forma de encher o bolso. seja através de uma volumosa prescrição de receitas, como o fazia o tal médico que prescrevia 1 milhão de euros de receitas por ano de forma fraudulenta ou da realização de exames em ritmo industrial como o fazia o famoso Dr. 5 minutos, que muito admira não ter sido agredido por algum paciente com pouca paciência para a negligência médica.
Declaração de interesses 1:
Vide post de 5 de Janeiro sobre a violência nos hospitais
Declaração de interesses 2:
Tendo nascido, hoje mesmo, há 53 anos atrás, devo ter visitado as urgências de um hospital no máximo dos máximos uma dezena de vezes. Nessa dezena houve duas visitas que não correram nada bem mas eu limitei-me a fazer uma queixa escrita, contudo não acredito que alguém iletrado ou com uma educação básica não tivesse agredido o médico em questão. E isso permite-me agora escrever que a história da violência nos hospitais está muito mal contada, pois países muito mais desenvolvidos do que o nosso têm nos seus hospitais níveis de agressão superiores aos de Portugal. Pelo que os senhores médicos sindicalistas ao invés de parirem exigências descaradas e ignorantes deviam mostrar-se contentes pelo facto da violência nos hospitais Portugueses estar longe do nível de violência que existe em países desenvolvidos como os EUA e note-se que nem sequer falo da China onde não se limitam a agredir médicos mas onde até os matam: https://www.scmp.com/news/china/politics/article/3043842/chinese-doctors-murder-overshadows-new-law-improve-public