quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

O direito inalienável de ser cruel



destaque para uma peça jornalística muito recente no link acima que coloca em causa o direito à crueldade. No contexto da mesma vale a pena recordar a parte final do filme Earthlings,  https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/earthlings-narrated-by-joaquin-phoenix.html onde o muito conhecido narrador Joaquin Phoenix, enuncia um principio intemporal e universal "We reap just what we sow" para perguntar o que é que a espécie humana acha que irá colher enquanto se limitar a plantar sofrimento ?

Como é evidente há porém que fazer uma ressalva para respeitar a suprema e diferente opinião de outros humanos, como por exemplo a Raquel Varela da Universidade Nova de Lisboa quando afirma que os humanos são "...infinitamente superiores a qualquer animalhttps://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/10/cientistas-que-suscitam-odio-de-uma.html o que mesmo descontado o facto, dela como historiadora ter uma noção do conceito matemático de infinito muito pouco rigorosa, não deixa ainda assim de secundarizar a referida crueldade, tornando-a quase um direito de seres superiores. E também o que disseram dois Professores da Universidade de Coimbra, sobre o facto os animais serem apenas coisas e por definição não ser possível falar de crueldade contra uma coisa. 

Não vou obviamente ao extremo de classificar as palavras da Raquel Varela e principalmente as palavras (leia-se as asneiras) daqueles dois professores de Direito da Universidade de Coimbra como sendo um indicador de psicopatia porém acho que essa é uma questão crucial na referida discussão. 

Lateralmente também entendo que se justifica, pelo menos para um número reduzido de profissões, como por exemplo médicos, enfermeiros, educadoras de infância e amas, os mesmos sejam sujeitos a testes de detecção de psicopatia, como o conhecido teste PCL-R.  https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1359178918301319  pois é obviamente um direito inalienável de qualquer doente não ter de passar pelas mãos de médicos e enfermeiros psicopatas e é muito pouco prudente e até idiota resignar-mos-nos a esperar que a ação nociva dos mesmos se faça sentir, para que sejam finalmente afastados dessas profissões, como por exemplo aquelas dezenas que ficaram famosos por matar centenas ou dezenas de doentes, casos da Elizabeth Wettlaufer, Beverley Allitt,  Kimberly Clark, Harold Shipman, Charles Cullen (etc etc) ou mais recentemente o Niels Högel https://www.nytimes.com/2019/06/06/world/europe/germany-nurse-killed-patients.html