Longa vai a polémica sobre a obra de arte que custou 307.000 euros aos contribuintes e que foi vandalizada em Matosinhos, a qual até já teve direito a um Editorial do Director do jornal Público e a que hoje o João Miguel Tavares junta novo comentário
Que um mecenas (com muito mais dinheiro do que juízo) queira pagar o que bem entenda por toda e qualquer expressão de arte, incluindo da arte choque, até se consegue entender, como por exemplo quando houve gente a comprar algumas das 90 latas que alegadamente contém merda do artista Piero Manzoni (uma delas já foi vendida por dezenas de milhares de euros), já é porém muito discutível que dinheiros públicos possam ser utilizados com igual liberalidade para qualquer tipo de arte, mesmo a do tipo choque, compreende-se por isso a justa indignação de contribuintes católicos saberem que o dinheiro dos seus impostos tinham servido para que uma qualquer Câmara Municipal deste país tivesse adquirido o quadro "Santa Virgem Maria" do Chris Ofili, no qual a imagem da referida santa está rodeada de excrementos e ainda de pequenos recortes de imagens retiradas de revistas pornográficas, mesmo que no limite as referidas obras, mereçam interessantes análises académicas como a intitulada "Excremental Art: Small Wonder in a World Full of Shit" publicada no Journal of Extreme Anthropology, que também comenta o quadro do Chris Ofili https://journals.uio.no/index.php/JEA/article/view/4335