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Informou ontem um certo semanário, que quase parece que o famoso J.M. Júdice não perdeu tempo a colocar-se a jeito para ir a tribunal, ser testemunha abonatória do Ricardo Salgado, onde irá atestar por sua honra, que aquele não é nem algum dia foi um gangster.
E bem vistas as coisas, se o Ricardo Salgado nunca andou a colocar bombas ou mandou colocar bombas, nem deu um tiro em ninguém então não personifica o conceito hollywoodesco de gangster, contudo a lei Portuguesa, como o manhoso J.M.Júdice bem sabe, não exige que o líder de uma quadrilha de criminosos necessite de sujar as mãos com sangue para ser considerado um gangster.
Nada de surpreendente porém pois trata-se do mesmo J.M.Júdice sobre o qual o ácido João Pedro George escreveu esta semana na revista Sábado, onde recordou que Júdice tinha como ídolos do coração "Primo de Rivera, Salazar e os bombistas do MDLP". O João Pedro George nem sequer precisou de mencionar o nome do Fernando Pacheco Amorim que fez companhia ao J.M.Júdice no MDLP e agora é o estratega mor do partido Chega, partido onde o Ventura faz apenas o papel de altifalante, assim se percebendo melhor porque é que o mesmo J.M.Júdice prefere mil vezes o André Ventura à Ana Gomes. Ou talvez seja por causa das tais horripilantes provas que a Ana Gomes alega ter contra o dito J.M.Júdice
Há apenas 4 anos atrás, numa busca ao escritório do referido J.M.Júdice os Procuradores do MP conseguiram descobrir documentos de sociedades offshores que comprovavam que a casa na Quinta Patino onde morava o (prestes a ir para a cadeia) ex-banqueiro Rendeiro lhe pertencia, sociedades essas cujo o representante legal era nem mais nem menos que o famoso J.M.Júdice. Perguntado a esse respeito negou essas evidências, com a mesma desfaçatez com que Ricardo Salgado nega que alguma vez tenha cometido qualquer coisa reprovável. Ainda assim não chego ao extremo de dizer que o J.M.Júdice é um daqueles execráveis advogados, que nos últimos 44 anos, muito trabalharam para contribuir para a miséria económica e moral de Portugal, pois prefiro a narrativa que dita que o J.M. Júdice e o Salgado são apenas duas alminhas puras que aguardam a justa canonização.
E como o tema do presente post é a pouca vergonha, tenho de o aproveitar para dar os parabéns ao Dr. Rui Rio por finalmente dizer uma coisa acertada, sobre a pouca vergonha associada à contratação da famosa Santinha do Pau Oco, Cristina Ferreira (putativa futura Presidente da República Portuguesa) por 3 milhões euros por ano, pela TVI, a mesmíssima pobrezinha TVI, que o Governo do Dr. Costa decidiu ajudar com nada menos do que vários milhões de euros que vieram não do seu bolso, mas do bolso dos contribuintes.
Na parte que me diz respeito, acho que quem quer pagar salários milionários (que são incompreensíveis no contexto da grave crise económica trazida pelo Covid-19) não necessita de ajudas dos impostos dos contribuintes Portugueses para o fazer, pois os dinheiros públicos são muito mais necessários para para aumentar o salário dos enfermeiros, que actualmente é de aproximadamente 6 euros/hora ou para aumentar pensões miseráveis que deviam envergonhar Portugal
