Um grupo de cientistas (onde se incluem vários catedráticos) e de empresários entenderam subscrever um manifesto, link acima, cujo conteúdo não comento porquanto o mesmo é bastante explicito, mas não posso ainda assim deixar de dizer que não gostei de ver credibilizada no mesmo uma vergonhosa mistificação que comentei em 25 de Junho https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/06/dizem-que-portugal-e-mais-inovador-do.html o que mostra que aquando da redacção do manifesto, os cientistas que primeiro o subscreveram, não se importaram de trocar o rigor inerente à sua condição por um imprudente voluntarismo, ainda que bem intencionado.
Ou talvez eu não devesse ter tantas expectativas de rigor relativamente a uma academia infestada pela endogamia (que a conhecida cientista e Prémio Pessoa em 2013, Maria Manuel Mota disse em Março de 2019 que "dá mau nome ao parasitismo") e também pelo nepotismo, onde se de facto rigor houvesse o mínimo expectável seria que se valorizasse quem produz muitos outputs científicos com pouco financiamento e não quem produz pouco com volumosos orçamentos, o que se constitui como um prémio ao desperdício
E de facto no que respeita a exageradas expectativas a acertada apreciação que o cientista prémio Pessoa 2018, fez da ciência Portuguesa não deixa muita margem para dúvidas: "Não há plano tecnológico, estratégias de Lisboa, e protocolos com o MIT que resistam a um burocracia cuidadosamente arquitetada para defender os interesses da mediocridade instalada"
E é por isso que faz sentido revisitar a proposta feita no inicio deste ano, de reformar os professores universitários que tenham mais de 60 anos e não tenham ao fim de dezenas de anos na academia uma produção científica minima (sendo altamente improvável que aquilo que não conseguiram fazer em dezenas de anos o consigam nos poucos anos que lhe faltam para a reforma) pois a referida proposta faz ainda mais sentido no actual contexto pandémico. E por maioria de razão quem nada produz (nem nunca produziu) em termos científicos compreende-se muito mal que ande a ser convidado para integrar júris de provas de Agregação e de concursos para escolher quem são os futuros Associados e Catedráticos, pelo que essa prática representa de favor à subserviência e de tributo à fossilização.
E é por isso que faz sentido revisitar a proposta feita no inicio deste ano, de reformar os professores universitários que tenham mais de 60 anos e não tenham ao fim de dezenas de anos na academia uma produção científica minima (sendo altamente improvável que aquilo que não conseguiram fazer em dezenas de anos o consigam nos poucos anos que lhe faltam para a reforma) pois a referida proposta faz ainda mais sentido no actual contexto pandémico. E por maioria de razão quem nada produz (nem nunca produziu) em termos científicos compreende-se muito mal que ande a ser convidado para integrar júris de provas de Agregação e de concursos para escolher quem são os futuros Associados e Catedráticos, pelo que essa prática representa de favor à subserviência e de tributo à fossilização.