sexta-feira, 3 de julho de 2020

O filósofo-editor que percebe de ambiente a potes incluindo de energia nuclear



Um individuo de nome Manuel S. Fonseca, diplomado em filosofia e que se diz profissional da edição parece que ficou embasbacado com um livro de título "Apocalypse never" escrito pelo sr.Michael Shellenberger e correu a promove-lo na imprensa escrita, quase como se fosse o terceiro segredo de Fátima.  

Tenho muitas dúvidas que o editor Manuel S. Fonseca tenha de facto lido o livro mas mesmo admitindo que sim tenho muitas certezas que não terá entendido muitas coisas da mesma forma que um engenheiro daqueles cuja formação é quase 100% numérica teria pouco para dizer sobre o facto de segundo o filósofo Alvim Plantinga a evolução constituir uma derrota epistémica do naturalismo, sendo por isso muito provável que o supracitado filósofo-editor, também não seja sequer capaz de distinguir pegada ecológica de biocapacidade muito menos de poder falar criticamente sobre a energia nuclear. 

A parte que eu acho mais irónica na escrita do Sr. Michael Shellenberger é quando ele enche a boca para dizer que "every fact, claim and argument in this book is based on the best possible science" e isso é dito pela pessoa que caga com força nas energias renováveis e que acha que somente a energia nuclear irá salvar a Humanidade. 

Talvez aquilo que ele ache que é o "best science possible" seja afinal promover aquilo que interessa ao lobby da energia nuclear. E não é preciso ler o livro todo para perceber isso, logo nas primeiras páginas do mesmo aparecem inflamados hosanas à energia nuclear: 
"poucas coisas nos fazem sentir mais imortais do que salvar a vida de uma central nuclear. Talvez seja porque a energia nuclear em si possa ser imortal ... As centrais nucleares de hoje podem operar facilmente oitenta anos e podem durar cem..."
https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/07/michael-shellenbergerenvironmentally.html

Mas se o filósofo-editor Manuel S. Fonseca, de facto acredita assim tanto no que diz o Sr. Shellenberger, nomeadamente na parte respeitante à duração das centrais nucleares, 
mas então porque é que ele não vai viver para perto da central de Almaraz que é noticia nos dias que correm ? https://www.publico.pt/2020/06/30/sociedade/noticia/eurodeputados-pressionam-ue-avaliar-incidentes-central-nuclear-almaraz-1922467 Como a referida central ainda nem sequer tem 40 anos então isso significa que a fazer fé nSr. Shellenberger a mesma ainda está muito longe do fim da sua vida útil !

P.S - Também não deixa de ser elucidativo que no seu livro o Sr. Michael Shellenberger tenha optado por uma narrativa oportunista, passando assim ao lado de factos inconvenientes como por exemplo aquele referido aqui https://pacheco-torgal.blogspot.com/2020/05/heranca-imundaparte-2.html