O jornal Público informa hoje que "Todos os anos há herdeiros a perder poupanças feitas pelos familiares por causa do prazo de prescrição. Estado arrecada uma média de dois milhões de euros por ano". Que o Estado queira cobrar um imposto ainda se percebe agora querer ficar com 100% por conta de ter sido ultrapassado um prazo para reclamar uma herença secreta é que é coisa de um Estado pirata. Aqueles Portugueses que tiverem dinheiro suficiente para demandar judicialmente o Estado durante os muitos anos que os tribunais levam a decidir, esses ainda têm alguma hipótese de reaver esse dinheiro, já os outros fazem parte do grupo a quem o Estado tirou mais de 10 milhões de euros só nos últimos 5 anos.
E já que o tema deste post é a desonestidade do Estado Português, então é conveniente referir que também hoje o mesmo jornal Público, logo na capa revela aquela que é a nova estratégia saloia do referido Estado para conseguir convencer aqueles que criticam as explorações mineiras, que passa pela "generosa" oferta de entre um mínimo de 33% e um máximo de 50% dos royalties da exploração das minas. Ou seja aquelas zonas que ficarão com a poluição da exploração mineira como esta aqui, podem no máximo dos máximos aspirar a 50% dos lucros já Lisboa ficará com o restante, entre 50% e 67%. Eu espero que os autarcas das zonas onde serão feitas explorações mineiras não sejam parvos e exijam 100%, pelo menos até que essas zonas consigam atingir 70% do rendimento mediano de Lisboa.
De facto se a Madeira e também os Açores ficam com 100% de toda a riqueza produzida nessas regiões, e se lá houvesse a maior mina de lítio do mundo, 100% dos lucros da sua exploração ficariam lá, então porque é que concelhos mais pobres no Continente não podem ficar com 100% dos lucros das minas, pelo menos até deixarem de ser pobres ?
E para se perceber que as explorações mineiras são negócios miseráveis que nunca enriqueceram nenhum país, basta ler no mesmo artigo que por cada 100 milhões de euros de minério vendido a empresa que o explora pagará ao Estado em royalties um valor a variar entre 2 a 3 milhões, dependendo a diferença de haver ou não tratamento do minério em Portugal. E é por isso que a maior parte das minas são apenas cancros a cêu aberto, porque se a miserável receita que é paga pelas empresas exploradoras fosse utilizada na recuperação ambiental das zonas das minas então não sobraria praticamente nada. Irónico é por isso que o mesmo jornal Público contenha uma citação muito elucidativa:
"A actividade mineira é uma missão de busca e destruição"