Antes de iniciar este post é importante que faça uma declaração de interesses sobre aquilo que eu acho que é o rigor dos economistas https://pacheco-torgal.blogspot.com/2019/12/o-escasso-rigor-de-um-catedratico-da.html
Hoje no
Público, o economista Ricardo Cabral comenta o coronavírus em modo incendiárioe pouco rigoroso. Numa rubrica com o pomposo título “Quais são os factos conhecidos?”
diz que as características do coronavírus parecem diabólicas !
Pergunto eu, será que o diabo já se tornou um facto da ciência médica ou apenas
um facto da ciência económica ?
Mais à
frente comenta um artigo da qual avisa no entanto que se trata de uma “investigação
(que ainda não foi publicada em revista com revisão por pares)” !
Quer dizer os peritos da área ainda nem sequer se pronunciaram sobre o rigor do
referido artigo e o economista Ricardo Cabral, acha que lhe basta alertar
leitores, muitos deles que não fazem sequer ideia do que é revisão por pares,
passando logo de seguida a comentar os números do referido artigo como se eles
já tivessem passado o crivo da tal revisão por pares ?
Escreveu
também que “Um
perito da Universidade de Harvard, Marc Lipsitch, afirma esperar que o vírus
venha a contaminar entre 40% e 70% da população mundial este ano”.
Porém parece que o economista não leu a fonte original onde aparece a frase “within
a year“ que não significa “este ano” significa no espaço de um ano, que são
coisas rigorosamente diferentes.
Curiosamente
e talvez porque não leu a fonte original (pois se leu omitiu) que se tratava de
uma estimativa pessimista que partia de um pressuposto “That number also assumes that we don’t put in place effective,
long-term countermeasures”
Depois
mais frente, o mesmo economista, sugere que "as escolas portuguesas deveriam
encerrar durante um mês" uma sugestão alarmista e até ridícula
porque se ele desse assim tanto crédito ao que afirma o Marc Lipsitch, deveria
saber que as crianças estão entre os grupos menos afectados (texto abaixo) pelo
que se há algo que não deveria ser permitido durante pelo menos um mês
serão os jogos de futebol com assistência, pois é nesses que existe o tal grupo de
risco, de homens já com alguma idade e muitos até com pouca saúde:
"We know that the cases
of children sick enough to get tested is much lower per capita than
those of adults..the older you are, the more at risk of getting infected you
are...Men also seem to be overrepresented among those getting severe
illness"
É por isso que eu acho que o nome da doença foi mal escolhido e em vez de Covid-19 (que alguns designam por SARS-COV-2) teria sido preferível o nome KUPOM (Kills Unhealthy People (with cronic health problems like diabetes or heart disease) and Old Men)
P.S - Felizmente que desta vez (e ao contrário de outras) esteve por isso muito melhor o ex-Presidente do IST e Director do INESC, que hoje no mesmo jornal Público ajuda a desmontar os alarmismos pouco informados e nada rigorosos de alguns incendiários.
https://www.publico.pt/2020/03/02/sociedade/opiniao/factos-falacias-equivocos-1906033