Ainda sobre as recentes polémicas envolvendo juízes no Tribunal da Relação de Lisboa, convém recordar o caso abaixo, denunciado pelo conhecido advogado Teixeira da Mota:
"...aterrou-me no escritório o caso de um
funcionário público de um qualquer organismo público que era acusado de fechar
os olhos a infracções diversas a troco de vantagens económicas. Estava preso
preventivamente e procurei que fosse restituído à liberdade, mas sem sucesso.
Até que o arguido e os familiares me comunicaram que o juiz de
instrução já tinha dito...que comigo não se entendia e que o
arguido só seria libertado se mudasse de advogado...Ofereci-me imediatamente para
abandonar o processo e tempos depois o ex-cliente apareceu-me no escritório.
Explicou-me, então, que tinha sido fácil a sua libertação: os seus familiares tinham
comprado diversos bens que tinham sido colocados em casa do juiz e o
requerimento do novo advogado pedindo a sua libertação fora, de imediato,
deferido. Claro que todos os bens — electrodomésticos e creio que um carro
também — tinham sido comprados em nome de terceiros e “emprestados” ao juiz...